Segundo a psicologia junguiana, nossa capacidade para o
amor divide-se em dois tipos: o amor humano e o amor divino. O amor divino é
o impulso natural que nos leva a preencher o nosso interior, é o amor que a
alma sente por Deus. Esse tipo de amor nos leva ao enobrecimento espiritual e a plenitude. O outro é o amor humano, o amor
que sentimos pelas pessoas - seres humanos de carne e osso.
Ambos são
válidos, ambos são necessários. Mas, por algum artifício da evolução
psicológica, nossa civilização misturou os dois tipos de amor, e resultou no amor
romântico, que é o que chamamos de paixão. O problema é que usamos mal o ideal
do romantismo, situamos erradamente as paixões, que não passam de projeções,
ilusões que idealizamos, e neste processo acabamos destruindo nossos
relacionamentos humanos. Chamamos de "amor" o que não é amor,
invertemos o significado de "fidelidade", e perseguimos uma imagem
idealizada, em vez de amarmos um ser
humano de carne e osso.
A
paixão é um sentimento que nos estimula biologicamente e emocionalmente. Mas
não devemos alimentá-la, embora às vezes pensamos tratar-se de amor. A paixão
sempre nos leva a um futuro incerto, por tratar-se de uma projeção. Quantas são
as pessoas que se deixam levar pelas emoções e acabam sofrendo, e o pior,
algumas até mesmo saem da presença de Deus. Esse tipo de sentimento gera conflitos
internos, porque lutamos contra nossa vontade, nossa alma. Nossas necessidades
não podem ser supridas por projeções do que idealizamos e não correspondem à
vontade de Deus, embora o nosso coração queira que seja da vontade Dele.
Na
luta contra o nosso coração, devemos contar com Ele, para que nos ajude a “arrancar”
tudo que pode neutralizar a nossa fé e nos iludir.
Todo o ser humano está
sujeito às paixões. Nem ao menos Davi, que era um homem segundo o coração de
Deus, viu-se livre das paixões. Um dos fracassos de Davi foi de se entregar a extremos
impetuosos de paixão. Ele se atirava de cabeça em tudo o que fazia. Quando
lutava ia até o fim, vencendo completamente o inimigo. Quando amava, amava de
todo o coração, e as diversas esposas e concubinas eram exemplos dessa paixão. Sua
falha em refrear suas paixões sexuais o levou a desejos incontroláveis... que
resultaram no adultério com Bate-Seba, e a seguir, mentir para os que o
rodiavam.
Devemos analisar sempre se o que estamos deixando
aflorar em nosso coração não é nocivo a
nossa fé, e buscar conhecer mais sobre nós mesmos, para identificar o que é real
ou ilusão, de forma consciente. Isso nos faz crescer em nível espiritual, pois
nossa vida com Deus é um constante sacrifício de nosso eu. O nosso coração
insiste em andar por caminhos tortuosos que nos parecem agradáveis, e de fato,
para a alma são. Mas para o espírito, é ruína.
Assim
como em algumas vezes, a mãe em trabalho de parto, com sua força natural, não
consegue expelir o feto sozinha, devido à dor insuportável que lhe desfalece as
forças, precisa que o médico rasgue o seu ventre para retirar o seu filho, da
mesma forma precisamos pedir a Deus que arranque de nós aquilo que o nosso
coração não quer abrir mão, mas nossa razão sabe que é preciso. Nossa força se
desgasta quando a aplicamos no foco errado, e nos tornamos prisioneiros de nós
mesmos. O Espírito Santo é o que nos dá domínio próprio, e assim, podemos controlar tudo o que não nos convém, o que contraria a frase que muitos usam: "eu não mando no meu coração".
A razão é soberana e nos evidencia a verdade,
mas chega a um ponto em que reconhecer nossas falhas não é o suficiente, porque
essa posição nada mais é do que procrastinação.
É
preciso abrir mão de todo o tipo de sentimento que a nossa consciência indica
não agradar a Deus.
O
nosso pior inimigo é o nosso ego, pois é o único que tem o poder de nos impedir
de sacrificar, conquistar e de nos entregarmos para o Senhor Jesus. Tanto é,
que quando realmente queremos algo do mais profundo do nosso ser, não há diabo
que nos impeça de fazer ou ter.
É
impossível é ter uma vida com Deus conciliando fardos emocionais em nosso
coração.
Então disse Jesus aos
seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome
sobre si a sua cruz, e siga-me; Mateus 16:24
Ola Lu, não podemos deixar que sentimentos diabolicos venham entrar em nosso coração e muito menos afetar a nossa fé.
Beijos carinhosos prá ti meu bem!